Institucional

A história do DAAE

Para conhecer a trajetória do DAAE na história e sua importância para Rio Claro, é necessário fazermos um retrospecto no tempo, pois a preocupação com o abastecimento e a qualidade da água em Rio Claro vem de longa data.

Para isso, voltamos à metade do século XIX, quando os representantes do poder público buscavam soluções para o escoamento dos esgotos e a utilização das águas dos mananciais.

1845
O abastecimento público no município tem início por volta de 1845, através de poços domiciliares e da utilização da nascente existente ao longo das margens do Córrego da Servidão. Destas nascentes, a mais importante era situada na Avenida 18 entre as ruas 4 e 5, que abastecia o “Bicão” (“Bicão” era o nome dado a uma “bica” colocada na nascente d’água na qual a população se servia).
Durante essa época também eram freqüentes os pedidos, pela população, para a construção de chafarizes em diversos locais para o aproveitamento dos “olhos d’ água” na região circunvizinha ao Ribeirão da Servidão Pública.

1881-1890
Em 1881, uma das maiores aspirações da Câmara Municipal era a canalização e abastecimento de água potável. A partir deste ano, regulamentou-se a cobrança de impostos destinados à realização de serviços de água.
A primeira pedra para a construção de um reservatório, no atual Distrito Industrial, foi assentada quatro anos depois, fruto desta iniciativa.

1891 – 1900
Com o tempo, a demanda de água cresceu na cidade e o sistemas anteriormente instalados encontravam dificuldades em atender à população. Diante deste problema, em 1891, abriu-se uma concorrência pública para a ampliação da rede de água encanada e sistema de esgotos.

Em dezembro de 1894, a Câmara Municipal contratou os serviços de João Kleiner, que se propôs a instalar uma bomba dupla de alta pressão, com canos de 3 polegadas, e movida à força-vapor de dois cavalos, aumentando o abastecimento para 12 mil litros de água em 10 horas.

O serviço oferecido por João Kleiner pode parecer pequeno quando comparado aos números atuais do DAAE, contudo esses “litros de água” a mais fizeram uma grande diferença no bem-estar da comunidade rio-clarense.

O então diretor então diretor da Repartição de Águas, Dr. Theodoro Sampaio, comunica oficialmente à Câmara Municipal, a entrega do serviço de abastecimento de água canalizada em 17 de janeiro de 1899. Com isso, encerram-se as obras relativas à canalização e abastecimento de água, com distribuição para toda a cidade.

Resolvido o problema da água potável, volveu a Câmara Municipal sua atenção no sentido de dotar a cidade de redes de esgotos, para acabar em definitivo com as fossas domiciliares existentes, classificadas na época como “prejudiciais à higiene e à saúde publica”.
Os serviços de água e esgoto vinham sendo explorados pelo Município, mediante as taxas criadas pela Lei nº 35 de 05/04/1899 que autorizava a cobrança de água sobre o valor locativo dos prédios da cidade.

1901-1930
Em sessão extraordinária da Câmara Municipal, em 1901, foi apresentada um proposta para a organização de uma Empresa de Águas e Esgotos de Rio Claro, que visava um prazo de 20 anos para exploração dos serviços de água na cidade.

No mesmo ano, no dia 19 de Setembro de 1901 foi inaugurada a rede de esgoto de Rio Claro e também iniciou-se o funcionamento do primeiro decantador (módulo de tratamento de água), instalado na rua 14 entre as Avenidas 3 e 5.

Em 26 de dezembro de 1901, a Câmara Municipal através do contratado nº 34 transfere o direito de exploração aos serviços públicos, pelo espaço de vinte anos, aos senhores Ataliba Valle e Francisco de Paula Ramos, que criaram a “Empresa de Água e Esgoto de Rio Claro”, sob a condição de aumentar o abastecimento da cidade.

Através da Lei nº 02 de 16/01/1929 a Câmara Municipal rescindiu o contrato existente entre municipalidade e a Empresa de Água e Esgoto de Rio Claro.

Com isso, a Prefeitura Municipal de Rio Claro passou a explorar os serviços de água e esgoto mediante cobrança de taxas de serviços e consumo cobradas dos consumidores. Neste ano, estavam ligados à rede de água 3.300 domicílios e 1.700 na rede de esgotos.

1931-1968
A cidade de Rio Claro, nos anos que sucederam, não parou de crescer e novamente o abastecimento de água tornou-se deficiente. Com isso em 1936, o prefeito Humberto Cartolano canalizou as águas do manancial da Vila Cristina, que propiciava uma vazão de 12 litros por segundo e abastecia os bairros Cidade Nova e Vila Alemã.

Neste mesmo ano, a prefeitura adquiriu um terreno no bairro Samambaia para a construção de um reservatório. Neste local hoje se situa o campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O aproveitamento das águas do Ribeirão Claro teve inicio em 1939, com a apresentação de projeto da Construção da Captação do Ribeirão Claro, situada no Horto Florestal, pela firma Carneiro Vianna. A obra, iniciada em 1945, teve sua primeira etapa concluída quatro anos depois, na gestão do prefeito Benedicto Pires Joly, que inaugurou o Serviço de Abastecimento de Água (atual ETA “José Maria Pedroso” ou ETA 1, na avenida 8-A) com a presença do então governador Adhemar de Barros.

Depois disso, o Ribeirão Claro passou a ser a fonte de abastecimento de água do município de Rio Claro, gerando 80 litros por segundo de água potável à cidade.

Em 1954 o professor Oswaldo de Oliveira Brossi, já trabalhava na Empresa de Água e Esgotos de Rio Claro como Técnico da Estação de Tratamento de Água.

Pelos 18 anos seguintes, a capacidade de abastecimento do Serviço de Água da Avenida 8-A permaneceu inalterada até que todo o complexo (ampliação e reforma, redes, tanques de floculação, decantação e filtração, com reservatórios de base) foi inaugurado, no dia 24 de junho de 1968, pelo então prefeito Augusto Schmidt Filho.

Este novo complexo, também situado na Avenida 8-A, injetava nas redes da cidade o volume de 400 litros de água potável por segundo.

1969 -1979
Para dar continuidade ao serviços de captação de água e ampliar o sistema, no ano seguinte foram inaugurados os serviços dos distritos de Ajapi e Ferraz.

O principal marco da nova fase do saneamento básico do município foi a assinatura da Lei Municipal nº 1144/69 pelo prefeito Álvaro Perin, em 05 de Dezembro de 1969, criando o Departamento Autônomo de água e Esgoto de Rio Claro como entidade autárquica e independente.
Sob a direção de Oswaldo de Oliveira Brossi (o primeiro condutor da modernização de todo o saneamento de Rio Claro), o DAAE passou a oferecer continuadamente melhorias na qualidade da água e, por conseqüência, na qualidade de vida dos rio-clarenses.

Em 1976, as ligações já eram atendidas num complexo sistema de redes de distribuição, com três reservatórios de 500 mil litros cada, o sistema totalizava 21 mil ligações de água e 17,2 mil ligações na rede de esgotos, com três emissários ligados ao Corumbataí e Ribeirão Claro.

Como uma autarquia, o DAAE não parou de realizar importantes obras, como a construção do Booster da Bela Vista, através de concorrência pública, em 1977.

Em outubro de 1979 o DAAE concluiu e entregou as obras do Reservatório Elevado, localizado nas dependências da ETA 1 (Avenida 8-A).
Todos estes empreendimentos executados pelo DAAE incentivaram a vinda de importantes indústrias para o município, além de dar à cidade de Rio Claro a classificação de “exceção” em relação ao abastecimento de água e saneamento no restante do Brasil.

1980 – 1998
Em 9 de maio de 1980, o DAAE inaugurou a sua nova Sede Administrativa, localizada na rua 5-B com a avenida 6-A . Dois anos depois são inauguradas as obras civis da nova Estação de Tratamento de Água (ETA II), localizada no Sítio da Cachoeirinha, na Estrada Rio Claro/Ajapi.
Ainda em 1982, o Departamento realiza a recuperação e automatização dos Reservatórios do Alto do Santana e BNH, e inaugura o Sistema de Fluoretação da ETA I (JOSÉ MARIA PEDROSO).

Em 10 de dezembro de 1992 o DAAE inaugurava a Estação de Tratamento de Esgoto de Ajapi (projeto realizado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias do Rio Piracicaba e Capivari).

Após, em junho de 1998, a inauguração da Central de Reservamento e Distribuição de Água Tratada (situada no Distrito Industrial) teve como objetivo evitar uma eventual falta de água na cidade: a obra passou a oferecer 10.800 metros cúbicos de reserva, o dobro da capacidade de armazenamento de água da estação ETA 2, permitindo à cidade suportar, na época, oito horas um eventual paralisação das estações de tratamento.

1999 – 2005
Após a inauguração da Central de Distribuição do Distrito Industrial, que garantiu o fornecimento de água por mais alguns anos ao município levou à população a trazer uma nova demanda pública para o DAAE: tratar o esgoto coletado na cidade.

Com essa meta, o DAAE inaugurou a Estação de Tratamento de Esgoto do Jardim das Palmeiras, em novembro de 1999 e a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto do Jardim das Flores, em outubro de 2001.

O DAAE possui hoje infra-estrutura para garantir água potável em todas as torneiras da cidade até o ano de 2020. Atualmente, a demanda por tratamento e distribuição de água do DAAE atinge um total de 60 mil metros cúbicos/dia frente à capacidade máxima de tratamento de 86.400 metros cúbicos/dia. Possui também uma Central de Reservamento e Distribuição de Água Tratada; extensão de redes de água com 672 mil metros que atendem a 100% da população – 61.630 ligações domiciliares de água; 36 reservatórios; cinco Estações de Tratamento de Esgotos e 668 mil metros de rede de esgoto, que atendem 99,3% da população – 60.190 ligações domiciliares – e tratamento de 38% de todo o esgoto produzido no município, com previsão de 100% nos próximos seis anos.